domingo, 11 de setembro de 2011

Saindo.

Cara, eu te amo, mas é claro, não vou falar isso pra você. Muito mal sei escrever sobre sentimentos, que dirá falar sobre eles ! Ainda mais pra você... Eu sei que eu erro o tempo todo mas você erra também, não vou dizer que em parte, meus erros são culpa sua, é sempre fácil culpar os outros né, mas você mesma diz que os outros vão te culpar, cara, esquece os outros, se EU te culpasse, aí sim... Eu sei que esse momento vai ser difícil mas com certeza a gente vai passar por ele bem e vai dar tudo certo, eu sinceramente, acho que poucas coisas vão mudar, mas de verdade, a culpa não é minha. Falando em culpas, ele também não tem culpa, ele tenta comigo às vezes, sim, ele poderia fazer mais a parte dele com você, comigo ele faz bem. Acho que ninguém tem culpa, a vida trás as coisas e nós precisamos saber lidar e você não tá sabendo lidar com isso mas tudo vai melhorar porque, você sabe, eu vou sair de casa. Eu vou pras coisas ficarem mais fáceis pra você e pra eu aprender certas coisas também, não sei se vou pra outro bairro, outra cidade ou outro país, mas vou sair de casa. Lembrando: a culpa não é sua, é só meu jeito de lidar com isso. Voltarei, trazendo coisas boas, espero, pra você e pra ele. Vocês vão ficar bem quando eu sair daqui, talvez se eu sair pra um bairro diferente, sem muita explicação, não seja tão calmo. Estranho mesmo, saindo pra mais perto menos certo, mas a verdade é só que se for pra perto não terei tantas justificativas quanto pra longe mas todos terão que entender e também não há porque pensar nisso agora, esse momento está um tanto longe ainda mas de qualquer jeito, eu vou sair de casa sim, mãe, mas isso é a vida tá, saiba lidar com isso.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Carta #2

RJ, 2 semanas de aula, 2011
Querido novo-futuro-ex-colega-de-classe,
fale comigo. Você falou pouco até agora, fale mais, tenho interesse em você, segundas intenções, terceiras, quartas... Desde a 4° série não gosto de alguém da turma e ainda não gosto ! Mas posso passar a gostar se você se comportar bem, sua capa já é bastante boa mas o conteúdo ainda não conheço. Por que quando eu falo, você não me dá atenção ? Tudo bem que naquele dia você iniciou conversa comigo e até deu um fora no chato da turma que me importunava e tenho que admitir que aquilo foi bem legal. Obrigada. Talvez você só tenha feito isso porque ele é chato mesmo mas me senti defendida. Sente mais perto de mim também, assim seria mais fácil de a gente se conhecer melhor e... pelo amor, vamos nos conhecer melhor logo ! Eu sei que você vai fazer aquela prova no final do ano e há um grande probabilidade de nós não estudarmos mais juntos. Sei que você é meio fraco em português então talvez eu possa te dar uma ajuda e aí você me ajuda em matemática, topa ?
Não infle seu ego mas de 4 meninas da turma com as quais conversei sobre os garotos de lá, 4 te acham um dos ou o mais bonito. Tenho que confessar, claro, que eu sou uma delas e falo abertamente pois não tenho vergonha nenhuma disso.
Sente mais perto amanhã e prometo que vou tentar não conversar nas aulas importantes pra você sei que você quer muito passar na tal prova. Depois a gente podia marcar um cinema também, mas depois, primeiro quero saber mais que o seu nome.
Beijos de sua mais nova amiga e mais antiga admiradora.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Carta #1

RJ, 2 semanas de aula, 2011

Querido novo colega de classe,
você é legal, simpático, solícito, mas não faz meu tipo. Não gosto de amigo babão. E você é um amigo babão. Toda hora olha pra mim, talvez procurando "cumplicidade". Mas cumplicidade pra mim é quando você não pode rir e procura o olhar do outro, quando quer fazer um comentário que não seja bonzinho e precisa olhar nos olhos do amigo profundamente ou quando está à procura de uma resposta ou até mesmo de aconchego. Mas você não faz isso, você olha toda hora, insistentemente e isso cansa ! Dá até um certo medo. E digo logo, se me canso, se enjoo, me afasto, e você já deve estar precebendo isso. Tudo bem que sou um pouco seletiva mas nunca, em hipótese alguma, deixo de dar chance à alguém e já dei minha chance à você.
Você é legal, simpático, solícito, posso aprender muitas coisas de meu interesse contigo. Vamos ser colegas, mas não melhores amigos.

As duas primeiras semanas.

Esperei muito por esse momento. Esperei muito. Era a única coisa que eu podia fazer. Esperar. Não que eu estivesse completamente insatisfeita com o meio em que me encontrava, mas não era aquilo que eu queria. Como quase sempre acontece, pelo menos comigo, bem perto de conseguir o que queria surgiu um pequeno ponto de dúvida e pessoas me aconselhando a desistir. Mas não dei o braço à torcer, não abandonei minhas ideias, meus sonhos com aquele momento tão importante. E quando finalmente consegui, vi que me encontrava sozinha. Mas ao pensar bem era o almejado "começar do zero", mas começar do zero com os fiéis amigos do lado e não longe. No primeiro dia abri meus olhos e espiei em volta. Onde eu estava ? Com quem eu estava ? O que eu estava fazendo ? Só um tempo depois consegui realmente assimilar as respostas para tão simples e ao mesmo tempo tão complexas perguntas. Estava onde há muito queria estar. Por um curtissímo período de tempo fiquei sozinha mas num piscar de olhos já tinha projetos de grandes amigos. Fazendo o que ? Algo importante pra alguém como eu. Recomeçando, me reinventando, tentando ser mais feliz.

Tempo: A cura ou a doença ?

Algumas pessoas acreditam que o tempo cura tudo, que esperar e deixar as coisas passarem é a melhor solução, a mais acertada. Pra esse tipo de pessoas, se você se desilude no amor, o melhor é esperar até surgir um novo, se você está numa briga o melhor é esperar a cabeça esfriar e pensar melhor pra assimilar tudo. Pois na minha opinião não ! Se você se desiludir no amor, corra atrás, viva paixões, conheça gente nova, beije qualquer um por aí, só não fique sentada em casa triste por causa do safado que te deixou assim e ainda por cima esperando por outro safado. Se você está numa briga não espere a cabeça esfriar, ponha tudo pra fora, de cabeça quente mesmo, fale todas as verdades, grite, xinge, só não guarde nada dentro de si pra não se arrepender de não ter dito depois. Tenha certeza de que se você está sofrendo e acredita que o tempo será a cura, ele vai se tornar a doença. E isso é fato. Porque você vai ficar esperando e se você simplesmente espera, nada acontece. E o pior sentimento é o de tempo perdido. Se nada der certo, paciência, ao menos você tentou e soube o fim da história, aliás, você nunca sabe o fim da história. Por isso o tempo é tão precioso e não deve ser gasto com a espera.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Querido Papai Noel...



...tenho 11 anos e essa é minha cartinha para você.
Sei que esse ano não fui muito boa menina, aliás nem um pouco, mas acredito que se jesus perdoa, você também deve perdoar - mamãe sempre diz isso !
Então, seu Papai Noel, te peço um vale-escova-definitiva no mesmo salão em que a Glória Maria fez a dela.
E quero também que o senhor dê um presente pro Joel, o garoto que eu gosto e que tem a mesma idade que eu.
Gostaria que o senhor dêsse uma garrafa de vodka pra ele, pois um dia ele contou a história de um amigo dele de 15 anos que depois de beber muita vodka acabou ficando com uma garota mais feia que eu, então pensei que se ele também bebesse muita vodka, iria aceitar ficar comigo.
O Joel também não foi bonzinho o ano todo. Lembro do dia em que ele bateu no Ricardo e foi pra direção do colégio, mas o Ricardo colou em todas as provas do ano e também bateu no Joel depois de chamar ele de gay e mesmo assim já até ganhou o ipad que ele pediu. Por que o senhor passou na casa dele antes do natal, Papai Noel? O senhor pode me deixar a resposta junto com o presente, ou melhor, deixa a resposta com o Joel e pede pra ele me contar, porque assim ele fala comigo nas férias.
Espero pelo meu presente e dá o do Joel também táá !

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Texto pro Blorkutando da 117° semana. Minha personagem é uma garotinha de 11 anos nesse mundo de hoje. Não sei se as crianças ainda são tão boazinhas como na minha época e olha que nem faz tanto tempo assim. Mas com 11 anos acho que nem sabia o que era vodka... mas também não acreditva mais em Papai Noel hahaha.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Meu nobre vagabundo. part. 3

Eu pensei tanto nisso. Me preparei tanto. Gastei tanto. Até usei salto e vestido. Nada contra nenhum dos dois mas quanto ao primeiro já sou alta e o segundo, ah sei lá, só não uso. Enfim, sabia que nada ia ser como nos meus sonhos, sabia que você podia estar lá com ela e talvez fosse até bom que isso acontecesse. E aconteceu, mas claro, não foi como eu esperava. Se ela estivesse lá eu esperava que ela fosse linda como meu primo havia dito e eu caísse na real de que nunca chegaria aos pés dela (palavras dele !). Mas não foi assim e até agora me torturo com isso. Se a visse na rua nunca ia imaginar que é com ela que você namora e que pode casar daqui a pouco tempo (sua familia casa cedo, eu sei disso !). Mas vamos à festa:
Sobre mim: estava bonita (sou muito modesta pra dizer linda), o vestido realmente valeu a pena, realçava meu corpo e ele sim posso dizer que é lindo. Estava, como nunca antes estive, de maquiagem, não usei só rímel usei também pó, batom, sombra e lápis. No cabelo uma boa escova progressiva. O scarpin dava o toque final. Os comentários eram de que eu podia ser modelo, de que arranjaria um namorado etc e tal.
Sobre você: estava lindo como sempre. Calça jeans numa lavagem nem escura nem clara, camisa social azul claro que se destacava e mangas dobradas, nos sapatos não reparei. O comentário era de que você era bem bonito.
Sobre ela: calça jeans de lavagem duvidosa, blusa de listras finas pretas e brancas, não lembro das mangas e não reparei nos sapatos. Cabelo curto e cacheado na altura do ombro e bem preto. Pele bem branca e maquiagem de olhos talvez pretos mas o batom com certeza bem vermelho. E ela bem menor que você. Ela me pareceu simpática quando nos cumprimentamos. Os comentários: não teve nenhum que eu tenha ouvido mas com certeza muitos ali pensaram como eu: ela era pouco pra você, tinha muito peito e quase nenhuma bunda.
Ela parece ser mais velha que você e a alfa da relação e isso me decepcionou. Pelo fato dela não ser linda nem gostosona eu acho que você deve realmente gostar dela, o que me dá e ao mesmo tempo me tira chances. É claro que ela pode ter colocado uma cueca sua na encruzilhada ou seu nome na boca do sapo, mas eu não mexo com essas coisas, então sem chances... Vocês pareciam muito apaixonados então acho que o jeito é ocupar a mente e cair na libertinagem. Mas ainda tenho que me acostumar com o gosto da vodka !